Você sabe o que é e qual a importância da fluência digital para o professor?
O mundo moderno exige o desenvolvimento da habilidade da fluência digital. Isso se deve ao fato de que os recursos tecnológicos estão inseridos no cotidiano profissional e íntimo de cada pessoa.
Neste cenário é importante saber empregar as ferramentas digitais em diferentes áreas de formação, principalmente na formação de professores.
Falar em fluência não é considerar o uso básico de computadores e Internet. Vai além deste domínio básico. A fluência passa pelo letramento digital. E atinge plenamente o escopo de como aplicar e usar as tecnologias de modo consciente e criativo produzindo conhecimento.
Na literatura, fluência digital é definida como:
“a capacidade de reformular conhecimentos, expressando-se de forma criativa e com propriedade produzindo e gerando informações”.
O consenso sobre fluência digital é que qualquer pessoa que tenha essa habilidade é capaz de usar os recursos tecnológicos para a resolução de problemas. Portanto, a fluência digital é uma importante aliada ao processo de ensino aprendizagem, pois fomenta a aprendizagem significativa.
Assim sendo, a área da educação é um terreno fértil para trabalhar atividades que estimulem a produção de conhecimento usando tecnologia, ou seja desenvolvendo a habilidade da fluência digital.
Como usar a tecnologia para a produção de conhecimento?
Analisando um cenário mais amplo de uso da tecnologia observamos que ela tem impacto direto na vida das pessoas seja pessoal, cultural ou profissional.
Por muito tempo, o uso da tecnologia na sala de aula era simplesmente lançar mão de recursos como computadores e Internet. Isso fez sim parte do processo, mas na atualidade com conceitos como Educação 4.0, Indústria 4.0, Inteligência Artificial, Big Data e tantos outros termos que ouvimos é impossível pensar em um uso tão restrito da tecnologia.
A situação se torna alarmante quando analisamos os dados de uma pesquisa realizada em 2017 com 4 mil professores da rede pública com apoio da Fundação Telefônica Vivo que mostram que a falta de formação de professores para o uso de tecnologias tem impacto significativo no uso e em outras questões relacionadas a este assunto.
Apesar da situação crítica, os docentes relataram que estão dispostos a usar a tecnologia em sala de aula, pois consideram que há um enorme potencial pedagógico.
Assim sendo, antes de se usar a tecnologia é preciso pensar no objetivo geral.
Objetivos de uso das tecnologias
Substituir: Quando a tecnologia não proporciona mudanças funcionais por exemplo. Se você fizer alguma atividade com o aluno usando apenas um Editor de Textos, não houve mudança funcional, você apenas substitui uma tecnologia por outra, ou seja, trocou o caderno pelo editor.
Aumentar: Quando a tecnologia traz algum aprimoramento, ou seja, você usou o Editor de Textos, mas durante a produção textual, pediu aos alunos para observarem o corretor ortográfico e contar em quantas palavras do texto ele foi ativado. Assim sendo, a tecnologia pode auxiliar no processo de correção ortográfica do texto, fazendo com que o aluno reflita sobre o certo e errado.
Modificar: Quando a tecnologia traz mudanças significativas. Essas mudanças são proporcionadas quando o aluno é capaz de criar algo usando a tecnologia. Com por exemplo criar o seu próprio texto no Editor de Textos e depois transpor o mesmo para uma ferramenta de produção de histórias em quadrinhos.
Ressignificar: Quando a tecnologia rompe as barreiras tradicionais e realmente o aluno chega a aprendizagem significativa usando recursos tecnológicos de produção de conteúdo com vídeos, infográficos, mapas mentais e outros.
Portanto, no cenário atual, os professores devem buscar o uso da tecnologia objetivando a ressignificação. Os professores precisam se atentar a produção efetiva de conhecimento. Essa busca não se limita apenas a uma vontade própria, mas também pela necessidade de cumprir o que está na BNCC (Base Nacional Comum Curricular)
BNCC: Competência – Cultura Digital
A BNCC estabelece como pilares 10 competências gerais. Estas competências devem nortear a construção dos currículos de todas as escolas do país. Além da construção curricular, a BNCC também auxilia os professores na prática docente e o trabalho da escola como um todo.
Dentro das 10 competências gerais encontramos uma competência que fala da cultura digital:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Se analisarmos a fundo o que diz a BNCC compreendemos que ela realmente reconhece o tecnologia como um elemento fundamental. Além de estabelecer o objetivo claro de tornar o aluno capaz de fazer uso qualificado, consciente e ético da tecnologia. Outra habilidade é compreender o pensamento computacional e os impactos da tecnologia no cotidiano. Impacto este na vida das pessoas ou na sociedade em geral.
Assim sendo, esta competência não está atrelada a um componente curricular específico. Ela deve sim permear por todas as áreas do conhecimento. E o que se deve trabalhar, portanto com os alunos?
Até o fim do fundamental devem ser trabalhadas habilidades como:
- utilização de ferramentas digitais,
- produção multimídia,
- linguagens de programação,
- domínio de algoritmos,
- visualização e análise de dados,
- mundo digital e
- uso ético
Habilidades BNCC x Ferramentas Digitais
Para trabalhar as exigências da BNCC e desenvolver habilidades nos alunos é preciso conhecer as ferramentas digitais. E não só conhecer, mas se capacitar. Mais do que escolher uma ferramenta é necessário encontrar uma prática pedagógica.
Usar uma ferramenta, só por usar, não irá ajudar a atingir os objetivos desejados. Assim, existem por aí algumas ferramentas digitais importantes que auxiliam:
- na produção de infográficos,
- elaboração de mapas mentais,
- editores de texto,
- ferramentas multimídias e
- tantas outras.
Para usar essas ferramentas é necessário que o professor seja um professor fluente digitalmente.
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Leandra Mendes do Vale é graduada em “Ciência da Computação”, especialista em “Desenvolvimento JAVA” e em “Educação a Distância” e mestre em “Engenharia Elétrica”. Tem experiência na área de gestão acadêmica e desenvolvimento de software. Atualmente é Diretora de TI na LS Informática, professora e coordenadora da EaD do IMEPAC Araguari.
